A Quinta
Em 1758, as Memórias Paroquiais mencionam esta quinta como uma propriedade já constituída. Compreendia um espaço murado e um conjunto de casas velhas, onde se produzia bom vinho, sendo seus proprietários os padres da Companhia de Jesus, do Colégio de Coimbra. Contudo, no ano seguinte a quinta passaria para a posse da Universidade de Coimbra, fruto da expulsão desta companhia de Portugal. Qual seria o aspeto da quinta e seus edifícios nesta época não sabemos, pois seria amplamente reformada já no séc. XIX., após a sua aquisição por João António da Rocha Pereira. Trata-se um “brasileiro de torna viagem”, nascido em 1810, na Freguesia de Sopo de Vila Nova de Cerveira, que emigrou para o Brasil com cerca de 10 anos de idade, regressando a Portugal como mestre canteiro e grande fortuna. Comprou, entre outras propriedades, a quinta do forte por 16 contos de reis, fazendo-lhe seguidamente grandes obras que confeririam ao edifício a traça arquitetónica que hoje apresenta. A casa principal é a que melhor se conserva. Localizada na zona central da quinta, num dos patamares intermédios do terreno, desenvolve-se em U, com pátio central e uma fachada monumental voltada ao rio. A simetria e ritmo de janelas remete-nos para modelos clássicos da arquitetura, a que os elementos decorativos acrescentam o romantismo característico da época. Os elementos escultóricos patentes merecem particular destaque pelo excelente trabalho de cantaria. Em especial, as gárgulas, que no pátio central asseguram a condução das águas pluviais das coberturas, revelam a delicadeza do trabalho em granito.
Na zona envolvente da casa encontramos algumas das dependências agrícolas, enquadradas pela enorme eira e espigueiro de onze tramos, sinal de uma quinta pojante em termos de produção. Complementam o conjunto um pequeno espaço ajardinado onde não faltam os cedros e um belíssimo relógio de sol plenamente conservado. Nas décadas seguinte a quinta viria a conhecer outros proprietários e funções. Chegou a funcionar como colégio e mais recentemente como escola agrícola, isto depois da passagem da sua propriedade para o Ministério da Agricultura, na década de 80. Atualmente alberga a Delegação Regional do Alto Minho da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte. Parte dos seus terrenos são um repositório de espécies e variedades de plantas, que por falta de uso comercial estão em vias de extinção. Existe uma coleção de pereiras, macieiras e vinha, fazendo a conservação deste património genético.
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